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Projeto 

Intervenção Urbana/Instalação/Ação de Arte que se apropriará de muros, tapumes, abrigos, locais abandonados ou semiabandonados, composta por 12 fotografias da serie “Preto de Alma Branca” e “Branco de Alma Preta”, no tamanho de 80 cm X 120 cm, em impressão fotográfica sobre PVC. Cada Ação é composta por quatro horas de duração com uma palestra/ bate-papo com as pessoas que circulam no local.

 A serie “Preto de Alma Branca” e “Branco de Alma Preta” são registros fotográficos de uma Ação isolada realiza no ano 2013 em seu estúdio, onde o artista pintou o próprio rosto de branco, na sequencia chora lagrimas pretas. Em uma segunda Ação, com o rosto pintado de preto chora lagrimas brancas. A composição da iluminação completa a atmosfera de sua obra fotográfica, uma analogia ao isolamento da dor do preconceito, dor da dor.

O Visível do Invisível é uma forma de diálogo com o espectador, com a comunidade, com os estudantes, sobre a igualdade entre os homens, tornando visível o que está Invisível, uma análise sobre “sabedoria populares” ou “ditos populares”, características do Invisível.

Expõe em muros o invisível, abordando o cenário social, político, econômico, no debate sobre o Negro na sociedade. Um debate, um interagir sobre o que não se deseja olhar, uma morte social através do preconceito, morte que não é apenas física, mas moral e diária.  A Interversão Urbana\Instalação O Visível do Invisível apropria-se do contexto do Muro, Tapume, buscado na singularidade da divisão entre as partes, o afastamento, isolamento, entre duas partes de um mesmo. O Muro, o Tapume, que divide Preto de alma branca e Branco de alma preta aponta para um passado dentro de um presente[1].

O preconceito, o racismo, é invisível, somente é sentido e visível pelo atingido, pela pessoa em questão. Invisível para muitos, visível para todos os negros que não estão dentro do estereótipo de uma sociedade banalizada por questões de beleza e cor de pele.

O racismo está embutido em falas habituais do cotidiano, “serviço de preto”, “preto de alma branca”, “branco de alma preta”. O filosofo Franklin Leopoldo e Silva ressalta que “Singularidades raciais e culturais devem ser comparadas, para ressaltar o sentido da diversidade”. Existirá um momento em que uma criança de 5 ou 6 anos de idade, voltando da escola para sua casa, não indagará mais seu pai, por que seu coleguinha de classe foi hostilizado, pois sua cor de pele é “negra”, “preta”, “amarela”, “vermelha”?

 

 

 

[1] Segundo uma pesquisa realizada pela Universidade de Michigan nos Estados Unidos, a desigualdade racial é evidente: para cada US$ 6 com brancos, os negros têm US$ 1, há 20 vezes mais condenações de negros em casos parecidos, 3 vezes mais expulsões escolares, percepção de tratamento injusto pela polícia, os negros são os que menos têm casa própria. Jornal Metro News. 21/08/14

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